Você diz que “gosta muito do que faz”, mas vai para o trabalho com o ânimo de quem caminha para a forca.
Você insiste que “este é seu melhor momento na carreira”, mas se revira na cama pensando em planos que vão das letras B à letra Z.
Você garante que sua trajetória “está no caminho certo”, mas na primeira (meia) oportunidade fugiria para a Sibéria com a roupa do corpo.
Sim, em algum momento eu também passei por isso e a maioria daqueles que irão ler esse texto, idem.
Como lidar?
Primeiro, respeitando os obstáculos. Aceitar que a vida nos dá sinais, alguns deles bem explícitos, é primordial se você deseja mudar de rumo. É a partir dessas mensagens que devemos parar para respirar fundo, amargar algumas derrotas, se reinventar, planejar e mudar.
Ser advertido por amigos, colegas, parentes ou até pelo cosmo que algo está indo mal – ou bem mal – pode ocorrer mesmo se o cenário é de aparente calmaria ou estabilidade no trabalho.
Fazer o que se gosta é um raro privilégio e todos estamos cansados de ouvir esse clichê. Também sabemos o quanto é difícil achar a nossa real vocação em uma só vida para viver – e que, quando a encontramos, pode já ser tarde para começar do zero ou quase isso.
Identificar o que não se gosta de fazer ou aquilo para que não se leva o menor jeito é um dos caminhos para não alcançar o fundo do poço mais rápido.
A lista de indicadores, porém, é mais extensa.
Lendo sobre o tema, identifiquei cinco situações que demonstram claramente que a sua rotina de trabalho está cada vez mais distante daquilo que realmente lhe traz felicidade ou, na boa e velha linguagem popular, cinco sinais que indicam que você está de bode do seu emprego:
1. Você só enxerga um lado: o ruim
Reclamar é humano, mas você tem sido mais humano do que os outros. Falar mal da empresa ou dos colegas ocasionalmente é até comum, diria que desejável para desopilar o fígado, em certos momentos. Meu ponto é: além de reclamar, o que você faz para mudar essa situação? O lado ruim da vida mata a motivação e, sem motivação, nossa vida morre a cada dia. Reflita.
2. Você está sempre procrastinando
Se os seus projetos importantes ou urgentes estão indo para o fim da fila por preguiça ou incômodo de remexer certos assuntos, cuidado: aí mora um perigo. Procrastinar – palavra estranha aos ouvidos que quer dizer “deixar para outro dia ou para um tempo futuro, por motivos repreensíveis ou adiar” – significa algo. E esse algo não é nada bom.
3. Você vive na defensiva
Quando os resultados não aparecem, o caminho mais fácil é recorrer a desculpas ou, pior, culpar alguém. Professar ou imaginar que o colega de baia é o único grande responsável pelo seu fracasso encobre uma realidade difícil de aceitar: que o problema está com você, ou pior, o problema é você. Reconheça e cresça.
4. Você joga seu tempo fora
Redes sociais, bate-papos sem fim no celular, afazeres sem a menor importância e horas gastas diariamente com planos que nunca vão se concretizar são apenas algumas maneiras de gastar seu tempo com besteira. E o tempo, além de ser um ativo insubstituível, pode ser seu grande aliado em qualquer período de mudança, desde que bem utilizado. Entretanto, você precisa querer.
5. Você vive estressado
Irritar-se é normal. Reclamar é normal. Estressar-se é normal. Viver em constante estado de nervos, não. O estresse constante aponta que há algo de errado com você. Sim, com você mesmo, pois o problema reside muito mais em como recebemos uma informação do que nela, em si. Estresse em excesso estraga relações, carreiras, traz doenças físicas e mentais. E, no limite, mata.
Que, por que, aonde e como
Admitir que estamos fazendo o que não gostaríamos é um assunto sensível, que permeia praticamente todas as nossas ações. É delicado, custoso. Dar um passo para trás, para depois dar outros para frente, exige maturidade. Se não é este o seu momento, melhor aguardar.
Os primeiros aliados podem ser papel, caneta ou o bloco de notas do seusmartphone. São eles que irão receber as ideias do seu plano da virada.
Mas atenção: mudar não significa negar toda uma carreira conquistada a duras penas. Pode ser adquirir um novo hobbie, investir seu tempo em um trabalho voluntário, fazer um curso que há tempos você posterga ou tocar um projeto paralelo – qualquer projeto paralelo.
Mudar é se mexer e qualquer esforço nessa hora ajuda.
Ideias anotadas, é momento de identificar por que e em que gostaria de mudar. Entender aonde quer chegar e, por fim, vivenciar a parte mais custosa e recompensadora desse processo: como vai fazer isso.
Sucesso e muito trabalho na sua jornada.
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